quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cartas entre amigos em 1927, Nova Petropolis-RS

Atenção!

Para entender melhor, leia antes o texto de introdução.









Albino Ruschel já tinha uma ferraria em Linha Imperial, a qual vendeu. Abriu outra em “Porto Novo”.







Carta entre amigos, em 1927.





(Acima)


Veja quão significativa em informações para nós:

1- Denota interesse por atividades culturais “Vamos reiniciar nossos ensaios de teatro. Alfred Stahl recebeu novamente um pacote(ão) de caderninhos. Podemos novamente atuar até quando tivermos apresentado todas as peças.”

2 - Augusto Stahl era casado com Terezia Hillebrand. Portanto tio de meu avo Albino Ruschel. Ajudaram a criar Albino, dos 7 aos 16 anos, após o falecimento de Francisco Ruschel. (acidente, com 36 anos de idade) ficando viúva minha bisavó Maria Augusta Hillebrand Ruschel. Alfredo Stahl, mencionado na carta, era como um irmão para Albino.

3 -Albino Ruschel vendeu sua ferraria a Alberto Büttenbender (quando mudou para a recém aberta colônia de “Porto Novo”, atual Itapiranga-SC)

Adendo:
Minha mãe (Norma) filha de Albino, estava com 4 anos na ocasião desta migração.Ter nascido em ambiente assim (em que teatro era valorizado, por exemplo), certamente teve influencia em sua formação. Num livro publicado sobre a colonização de Porto Novo, há registro sobre comemorações em alemão. Lá consta uma programação de evento no qual a mãe é mencionada. Ela estava com 11 anos de idade. Veja ao final desta postagem mais antiga.

Fotos das duas famílias, Viuva Ruschel e Augusto Stahl (está o filho Alfredo).

Até futebol, que era relativamente novo no Brasil, praticavam. Entre os jogadores estava Albino Ruschel, como pode ser visto em foto.

Retorna ao texto de introdução.

Carta de Arno Heberle para Alberto Hillebrand









Carta de Arno Heberle, genro de Albino Ruschel, dirigida a Alberto Hillebrand. Contem orientações sobre escrituração, tais como a novidade do conceito de “módulo rural” que impede desmembramentos, conforme legislação do INCRA (sigla da época).



Retornar ao texto de introdução.

Cartas de Albino Ruschel, ao primo Alberto Hillebrand





































Carta de Albino Ruschel ao primo Alberto Hillebrand. À esquerda: Entre outros assuntos, comunica sobre dinheiro recebido e pagamento de impostos sobre lotes rurais. “E quanto ao Posto (de combustíveis) foi encaminhado requerimento à Ipiranga [...] senão enviarei os 80 mil”, isto é havia algo em andamento com vistas a negócios.

À direita: Entre assuntos diversos, menciona a compra que fez duma empresa de transporte de passageiros com dois ônibus, e fala de interessados em comprar terras (de Alberto), dos quais aguardava definição.

Volta ao texto de introdução.

Cartas de Maria A. Hillebrand Ruschel










Aqui apenas duas, a exemplo. Boa fonte indicativa das principais atividades profissionais destes Ruschel:

(De 1931)Entre vários assuntos fala da doença de Leopoldo, o filho mais novo;

Em outra de 1939, (imagem da segunda folha) diz que ficou agora sozinha com o filho Leo.


Todos tinham mudado, Reinhold para Ervalzinho (onde instalou serraria e moinho, mais tarde mudou para Pinhal, no município vizinho, hoje Iporã do Oeste-SC).


Albino e “Billa” (Sibila) para São João (onde Albino reinstalou sua ferraria, após alguns anos mudou para a cidade sede de Itapiranga).


Não consta nestas cartas, mas tenho de memória que Alfredo tambem morou algum tempo em São João, com curtume e selaria.


Volta ao texto de introdução.

Parte de nossa história, em cartas!

Para melhor compreensão leia antes sobre descendência de Francisco Ruschel (filho de Johann, filho de Sebastian)
Observemos algumas cartas que contam um pouco da história de nossa família, da colonização de Porto Novo (atuais municípios de Itapiranga, São João do Oeste e Tunápolis), e enfim da própria imigração - várias na escrita Sutterlin.

Sütterlinschrift é uma escrita criada pelo artista gráfico L. Sütterlin com base nas formas manuscritas usadas antigamente nas chancelarias prussianas, ou Kurrentschrift.

Quem for tão ou mais curioso do que eu, pode baixar programa para escrever em Sutterlin. Veja na imagem a frase em português “Agora consegui instalar o programa!” Vale como passatempo ou para habituar-se visando a transliteração de textos, muito trabalhosa para quem o faz apenas de vez em quando.

Agradeço ao primo Ovídio Hillebrand, que digitalizou e disponibilizou estas cartas. Ele e sua esposa são muito dedicados na preservação de objetos e documentos no Museu De Família Alberto Hillebrand situado à Rodovia RS 235-Km12, Linha Imperial, Nova Petrópolis-RSVeja interessante artigo em sua coluna no Gramadosite, sobre o valor de antiguidades, ainda que seja um mero bilhete. Neste link um vídeo sobre reportagem em 2006.

Entre as cartas em alemão preservadas, publico a seguir algumas ilustrativas. Embora por vezes da mesma época, algumas foram escritas de forma mais erudita outras mais simples. Tanto em escrita latina quanto em Sutterlin.


Nossos parentes Hillebrand alem dos estreitos relacionamentos exemplificados pelas cartas que iniciavam como exemplo, “querido sobrinho Alberto”, haviam comprado terras na “colônia nova”. Mais tarde, a venda destas terras é assunto de cartas como as de meu avo Albino Ruschel (primo de Alberto), falando sobre compradores e preços. Tambem meu próprio pai, genro de Albino Ruschel, escreveu orientando sobre escrituração em seu tabelionato, tudo em alemão.

Várias das cartas são da nossa bisavó Maria A. Hillebrand, a viúva Ruschel (die Ruschel Marie)que mudou da Linha Imperial (Nova Petrópolis, RS) para Porto Novo (Itapiranga, SC). Dois irmãos dela, Franz e Anton, já haviam emigrado para a Argentina. Todos nascidos na antiga Bohemia (atual Rep. Tcheca), tendo o alemão como língua materna. Franz, o primogênito, era homem culto e foi professor, tendo falecido num navio, sobre o Rio Paraná, na viagem de emigração para Puerto Rico, na Argentina, em 1920.


Algumas entre as cartas, com meus comentários (clique para acessar):

Entre amigos em Nova Petropolis, ano de 1927


Cartas de Maria Augusta Hillebrand Ruschel, Briefe aus Porto Novo


Cartas de Albino Ruschel, ao primo Alberto Hillebrand


Carta de Arno Heberle para Alberto Hillebrand, primo do sogro

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domingo, 31 de julho de 2011

Brasões, Heráldica, Genealogia

Por que não apresento um brasão de minha família?

Sem esgotar o assunto, algumas definições e após, o comentario.

Brasão é um escudo adornado em volta, colorido, para ser visível à distância como sinal para uma pessoa, um grupo ou instituição (brasão de Família, Cidade, Estado).

Os brasões surgiram no início do século XII para identificar cavaleiros, irreconhecíveis em suas armaduras.

Já a partir do século XIII também passaram a ser utilizados por não cavaleiros (cidadãos, religiosos). Também instituições (Cidades, Bispados, Conventos). Corporações a partir do século XIV.

Como vimos, entre os brasões há os de famílias, nem sempre indicativos de nobreza.

Nem só cavaleiros e nobres utilizavam brasões, pois tinha também utilidade para “selar” documentos (de compra e venda p.ex.), quando muitos ainda não escreviam.

A Heráldica trata das regras sobre como devem ser feitos (com características específicas), os significados dos brasões, e os aspectos jurídicos envolvidos. Para quem se interessa, há várias fontes na internet.

Através da genealogia, podemos conhecer a linhagem e saber se há algum brasão de antepassados. Os descendentes tem então a opção por este brasão.

Não havendo, ou mesmo que haja, pode ser criado um brasão.

É comum a confecção de brasões, e costuma envolver direitos autorais.

Basta acessar a internet e verificar que há muitas opções de entidades que pesquisam e comercializam brasões e histórias familiares. Oferecem diversos formatos, observando as regras de heráldica.

Há muita flexibilidade, e podem ser criados brasões ao bel prazer, para individualizar a si próprio ou seu grupo. Muitas vezes há pequenas modificações, ou são atribuídos brasões existentes quando não há impedimento a isto.

(Curiosamente, na Áustria são proibidos os particulares, desde 1919 com a abolição da nobreza e seus privilégios)

Famílias com o mesmo sobrenome podem ter diferentes brasões, de acordo com as possíveis e diversas linhagens.

Cada linhagem tem sua genealogia.

Neste blog, apesar do tema tratar de famílias, há uma diversidade de assuntos, com duas amplitudes de abrangência.

Uma abrangência mais limitada, relativa à nossa própria linhagem, para a qual não identifiquei algum brasão entre os vários existentes, e de qualquer modo seria restrito em relação aos leitores.

E outra mais ampla, relativa às origens e significados de sobrenomes.

Por esta razão coloquei apenas um escudo referente a Heverle, o mais antigo.

É da época das cruzadas, em que surgiu a adoção de escudos e brasões.
Diz respeito aos primeiros usuários deste sobrenome.
(Aliás, esta linhagem de nobreza se extinguiu.)

Pode ser visto sob número 1181, o escudo e descrição do brasão, sob o nome de Henry d’Heverle.

Henry foi filho de Jean, e há referência sobre uma placa na Abadia do Parque, em Louvain contendo o brasão da família em virtude de doações (ano 1235).

Na continuação também fala que o Castelo de Heverle, foi a residência da primeira família dos Senhores de Heverle (nobres feudais). Assunto tambem já comentado, outras vezes.

Há imagens, inclusive de um documento com o selo de autenticação (símbolo dos Heverle) estranhamente colocado.

Texto na página 90 (em Frances).

Curiosa ilustração duma bandeira Heverle.

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Keberle

Pensei estarem encerrados os comentários relativos a “Keberle”, julgando tratar-se de nome já fora do grupo de similares a Heberle.

Mas em Familysearch vi escrito num registro “ Heberle ou Keberle “. Tambem deparei com estes dados que coloquei em imagem, bem intrigantes. Resolvi por isto, explorar mais um pouco.
(Clique para ampliar).

Rudolf Heberle foi sociólogo que emigrou aos Estados Unidos, por ter desagradado aos nazistas.

Observe que o sobrenome aparece como Rudolf Keberle numa relação da biblioteca da Universidade de Kiel, uma das onde estudou. Em outra relação, como Rudolf Heberle, para a mesma obra, da forma como se tornou conhecido.

Talvez o Keberle seja porque nasceu em Lubeck (veja biografia, em alemão), região com dialeto no qual ocorre muito o “k”, que veio a ser tipicamente “ch” e mesmo “h” em menor número de vezes no alemão clássico.

Aliás,tanto Kiel como Lübeck ficam no Estado de Scleswig-Holstein, bem ao norte da Alemanha, no qual se fala o maior número de dialetos e/ou idiomas, nove.


Dois exemplos comparativos entre Platt” e o "alemão clássico", extraídos nesta fonte.

Sei moal weck'n... → Sag mal welchen

De is dick in sick. → Der ist dick in sich.

Esta a explicação que até agora encontrei para a possível equivalência de Heberle e Keberle, e assim sendo, por extensão Cheberle, sendo ainda do grupo o original Heverle, e Eberle alem de muitas outras variações.

Ao longo dos séculos famílias migraram e sobrenomes se adaptaram. Cabe relembrar que em muitos casos sobrenomes podem ter origem remota em comum.

E ainda, que muitas vezes diferentes famílias podem ter adotado o mesmo sobrenome, especialmente os de origem toponímica, isto é os designativos do lugar de onde vieram ou sobre os quais tinham domínio tal como “de Heverle”.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cheberle -3 (complemento)

Recebi amistosa mensagem de Luciano A. D. Cheberle, na qual informa que está novamente funcionando o portal da Familia Cheberle.

Afirma que pela tradição oral entre os membros da família, não consta qualquer vinculo com os Cimbri (antigas colonizações teutas, a partir do sec. XI aproximadamente, isto é quando nem existia Alemanha como hoje, e todas estas regiões compunham o Sacro Império Romano Germanico), conforme aventei a possibilidade quando escrevi sobre Cheberle.

No portal há interessantes descrições sobre as origens da Familia Cheberle, segundo pesquisas de familiares. Evidente que seus parentes na Itália estão mais próximos de registros e relatos, até onde estes existem. Evidente tambem que respeito a tradição da família. Apenas levantei uma possibilidade a mais que julgo razoável, uma vez que conclusões definitivas de qualquer maneira são difíceis.

A título de curiosidade, encontrei mais uma menção, relativa à família de Battisti Cheberle, tambem de Pádua, em torno do ano 1700, num texto sobre tecelagem de lã.

Finalmente, já extrapolando o grupo de sobrenomes similares, fui ver se há algum sobrenome na Alemanha com o som parecido com Cheberle, já que não há com a mesma grafia.

Similaridade a partir de equivalentes nos idiomas, como por exemplo temos no caso de "quilo" no portugues, para "chilo" no italiano e "kilo" no alemão, que soam todos parecidos.

Deveriamos ter então para "Cheberle" no italiano, "Keberle" no alemão.

Constatei então que na Alemanha tambem é raro, mas existe, Keberle.

Na distribuição absoluta do sobrenome Keberle, sobressai a cidade de Landsberg am Lech (onde ficou preso Hitler, link em português), no sul da Alemanha (na Baviera).

Entre os bávaros que atravessaram os Alpes e se estabeleceram no que hoje é o norte da Itália (de fala Zimbrisch, Cimbri) pode ter havido algum Keberle. Mais tarde teria seu nome italianizado e se espalhado, como acontecia em geral.

Enfim, vamos aprendendo e tambem conhecendo mais uma tradição de família.

Mais sobre Keberle, em nova postagem.
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domingo, 24 de julho de 2011

Heberle em Alegrete, RS

Segue um complemento ao que comentei sobre os Heberle em São Gabriel (RS).

De modo geral, vários Heberle migraram a novas colonizações assim como o fizeram outros descendentes de imigrantes.

No caso em foco, já filhos de imigrantes assentados em Dois Irmãos (no então município de São Leopoldo), foram a novas áreas próximas na região do Taquari.

Outros foram mais longe, a exemplo de Johann Mallmann e Nicolaus Anton Heberle, que seguiram a São Francisco de Assis, no então município de Alegrete.

(clique para ampliar)


(Dados sobre este Mallmann podem ser encontrados tambem em Família Rockenbach)

Assim reforçamos o fato de que houve estas migrações, o que torna bem factível a tradição oral relativa a João Heberle ter sido levado ainda guri (12 a 14 anos de idade?) a São Gabriel, conforme já foi visto.

Detalhe curioso também é que Nicolaus Anton Heberle, em Alegrete, casou com Candida Júlia de Medeiros, e João Heberle em São Gabriel, casou com Diolinda Leite de Medeiros. Nada tenho sobre se há parentesco entre ambas.
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domingo, 26 de junho de 2011

Heverle, um milenio

Qual a região da Alemanha, dos Heberle e Eberle?

É o sul da Alemanha, há muito mais de quinhentos anos.

Como surgiu o nome por lá?

A partir do seculo XII, o nome Heverle começou a ser difundido
(quando sobrenomes ainda não eram costume generalizado).

Sem nenhuma pretensão de rigor científico, e a partir de dados coletados,
vejamos um resumo.


(clique em cima para ampliar)

Acompanhe pela numeração no mapa:

1 - Os normandos foram rechaçados em 981, em Leuven, no rio Djily. Havia ali uma fortificação, que passou a ser transformada em castelo residencial da família de senhores feudais Heverle. (Interessantes registros, em frances, pagina 90 ou título 38)

Estancadas as ameaças externas, iniciou-se a recuperação da Europa. Houve a seguir um forte crescimento populacional. Tambem ocorreram grandes enchentes nesta região (Flandres), com escassez de alimentos. Isto levou ao empobrecimento e necessidade da busca de novas áreas. Tambem as cruzadas absorviam recursos.

A localidade Heverle ainda existe sob este nome, na parte sul da cidade de Leuven (origem da cerveja Stela Artois).

Lá há o castelo hoje chamado de Arenberg,uma construção na qual foi conservada apenas uma das torres do original. Castelo ou Chateau Heverle.

A família Heverle, (sobre brasão, veja outra postagem) no transcrorrer destes seculos e desmantelamento do feudalismo, empobreceu e vendeu a propriedade em 1445. Consta também aqui.

Há referencia à família Heverle na historia neste site em alemão, replicado neste interessante, , mas não na versão em portugues.

Outra referência: O Castelo Arenberg foi originalmente construído pelos Senhores de Heverle.
(Em “Leuven, arquitetura e esculturas” pg 28 em alemão).

Foto com denominação antiga (aqui no Frances, veja acentuações héverlé no alto da foto).

Registro antigo, Johann van Heverle.

2 - Havia no Sacro Império Romano Germânico, Estados Eclesiásticos autônomos.

Um Heverle, foi administrador em uma destas entidades autônomas.

Veja sob Werden-Helmstadt, neste site.

Jean I de Heverle...1330-1344

Relevante que:

a) Este Heverle está fora de Leuven, de Brabant;

b) Fica perto de Goslar, região mineira, onde há Heberle em Clausthal-Zellerfeld;

Significa que já acontecia a dispersão do nome, e continuava a vinculação com o poder, ainda que em outros níveis. Claro que o sobrenome pode ter sido adotado por famílias diversas saidas de Heverle, ou de alguma forma relacionadas a estes senhores feudais.

3 – O crescimento populacional levou a iniciativas de colonizações. Foram sendo exploradas as regiões altas, na Suiça, na Floresta Negra e outras. Interessante reler.

Empobrecidos, tambem os Heverle, buscaram novas oportunidades. Oportunidades que agora estavam na extensa e poderosa Suábia, que na época foi centro de poder no Império.



( A parte amarelo no mapa do link, corresponde à Suábia da época.
Onde há mais registros antigos e continua mais denso é Alpengau, Allgäu .
Mas se espalharam por toda esta área. Maior parte hoje em Baden Württenberg).



Lá se fixaram e multiplicaram. De geraração em geração, havia os que ficavam, e os que seguiam para novas frentes. Alguns atravessaram os Alpes.
Apesar de toda dispersão, o núcleo ficou sendo o Sul da Alemanha, até hoje.

Isto pode ser visto nestes dados baseados em listas telefonicas.


Mais detalhes desta distribuição,
podem ser vistas neste site.

4 – Partindo destas várias regiões da Europa, muitos atravessaram os oceanos, chegando à Austrália, Brasil, e numa maior quantidade aos Estados Unidos.

Os que emigraram, já tinham absorvido elementos culturais destas variadas regiões, e continuam se diferenciando.Alguns preservam alguns traços culturais herdados, mesclados por exemplo em algum dialeto.

Outros submergem em seus novos habitats.

De modo geral, já há grande distanciamento cultural entre os que habitam atualmente o sul da Alemanha, e os descendentes já na quinta ou sexta geração dos que emigraram.

Daqueles que vieram ao Brasil, a mais numerosa descendencia, até onde sabemos, é a do casal Johann Heberle e Johanna Kunzler. Estes vieram de Berus, Saarland. Na época retratada no mapa acima, pertencia à região de Trier.

Relacionado a este assunto, já foi escrito em outras postagens.
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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sobrenomes equivalentes

Interessantes dados numa genealogia de família holandesa.

Nas observações sob “480. Jeremias Heberlé”, consta que nos registros civis relativos a Heberle, encontra-se também Eberle, Everle e Heverle.

Enumera também possíveis origens do nome entre as quais:

Heberle pode ter derivado da comunidade belga Heverlee, um lugarejo no sul de Leuven.

(Já vimos algo sobre a origem de sobrenomes em geral. Interessante também comparar os sons na pronúncia de Heberle em alemão e latim, com a de Eberle como sugerido ao final desta outra postagem)

Já havia optado por esta possibilidade como a mais provável, pelas razões expostas nas diversas postagens, referenciadas nesta outra, mais um adendo sobre grafias.

Atente para os nomes dos filhos (Uit dit huwelijk = desse casamento) abaixo de 481 (nome da esposa).

Já escrevi sobre a equivalencia entre "v", "w", "b" .

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cheberle - 2 (Bottacin)


(Clique em cima para ampliar) Fonte, aqui.

Na tentativa de confirmar a possibilidade de o nome de batismo, comentado na postagem anterior por não ser italiano, estar relacionado à sua lingua materna - e que seria então em Zimberisch - lembrei de verificar o sobrenome da mãe.

No já mencionado relato, consta também:

Aos 9 ( nove ) anos de idade, meu pai desembarcou, em 1o. de outubro de 1892 , no porto de Santos , no navio Attività , trazido por meus avós , Pietro Cheberle ( 46 anos ) e Elisabetta Bottacin(38 anos). (Grifo meu)

Interessante o acima estampado convite à população feito em italiano e Zimbrisch.

Vendo algumas outras fontes, verifiquei que Gianpaolo Bottacin, governador da Província de Belluno, é um político defensor dos interesses das minorias linguisticas, e também de projetos para preservação ambiental do Cansiglio.

As comunidades Cimbri no Cansiglio, daqueles vindos do Alti-plano (Setti Comuni) , estão parte na Província de Belluno e parte na Província de Treviso.

Ao que tudo indica, há grande afinidade com seu eleitorado. Mais ainda, sua base é a Província de Belluno, mas defende interesses que abrangem populações de outras Províncias, como Treviso e Vicenza (o convite mencionado é dirigido à população de Setti Comuni.

Somando assim vários pequenos indícios, aos poucos se configura como plausível a possibilidade de estes Cheberle ter algo a ver com estes grupos Cimbri. Claro que gerações mais novas, a não ser os que permanecem na área, diluem seus vínculos com esta cultura.

Veja complemento.
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terça-feira, 21 de junho de 2011

Cheberle

Há algum tempo deparei com o raro sobrenome Cheberle.

Verifiquei que não ocorre na Alemanha, e é de poucas pessoas na Itália. Caso eu estiver certo, temos mais uma bela história de família.

Há no Brasil, descendentes de imigrantes Cheberle vindos de San Biagio di Callalta, Treviso
(cidade gêmea, Santa Tereza, RS)

Na ocasião, salvei parte de um texto dum site que agora está fora do ar.

Relato obtido por Luciano Cheberle, de seu pai Élio Cheberle.

Sempre conheci meu pai pelo nome de César , que ele dizia ser a tradução de SCHERMUZERICH , seu nome de batismo. Ao procurar documentar-me, para adquirir a cidadania italiana, descobri, com surpresa, que o nome registrado em sua Certidão de Nascimento era SARMENSELINO e que ao entrar no Brasil, aos nove anos, constava na Certidão de Desembarque o nome SARMENTELLO , que é o diminutivo de SARMENSELINO, na língua italiana. Ao procurar na Paróquia de Treviso sua Certidão de Batismo, encontrei , no livro de registros , com a data de 18 de dezembro de 1884, o assentamento no. 37 , consignando o nome SCHERMUZERICH. Por informação de parentes , este nome é de origem austríaca, em virtude da região Vêneta ter sido dominada pela Áustria por muitos anos.”

E.... Meu sobrenome CHERBERLE, registrava um “R“ a mais na primeira sílaba, por engano de Cartório, quando fui registrado, em Poços de Caldas (MG), minha cidade natal...e continua "

Chama atenção o nome de batismo não italiano. Explicação dada, conforme texto acima, seria por causa do domínio austríaco na época.

No registro civil o nome é italiano.

Li que os poderes austríacos ignoraram minorias étnicas, apoiando a italianização.

Assim é compreensível a imposição no civil, e a opção no religioso.

Porque optariam por este nome?

E se este nome fosse de sua língua materna?

Ao invés de mera influência, haveria justificada motivação.

Por isto merece atenção a possibilidade de a família Cheberle pertencer ao grupo dos Cimbros.

Possibilidade esta reforçada pela existência do sobrenome Cheberle na região do Asiago.

Talvez houvesse uma relação com a família Rodrighiero, a mais tradicional das Setti Communi.
Para compreender minhas considerações é necessário conhecer pelo menos alguns aspectos da história de colonizações ocorridas a partir do século XI, na região do Veneto.

Colonizações por alemães bávaros. Agora também chamados Cimbros,sendo que não devemos confundi-los com tribos celtas.

Neste caso a denominação vem do alemão, Zimmerer, daí Zimbern (dialeto Zimberisch) designando os que trabalham com madeira. Como veremos, forneciam madeira para a construção naval em Veneza.

Os chamdos cimbrios vieram do sul da Bavária, convidados pelo arcebispo de Verona, para povoar partes de Veneza e Trentino. No início povoaram o altiplano de Asiago (Setti Communi) e depois se espalharam para o norte de Verona (13 Comunidades), Trentino e em menor número em outras províncias. Sobre a travessia dos Alpes, veja sobre a Via Cláudia Augusta.

As Sete Comunidades em tempos históricos formavam uma república autonoma.

Em 29 de junho de 1310 foi proclamada a soberna República das Sete Comunidades.

Durou quinhentos anos, a maior parte do tempo sob proteção da República de Veneza, à qual forneciam madeiras para a construção naval.

Em 1807 Napoleão aboliu esta autonomia, e em 1815 a região passou ao poder da Áustria, integrando o Reino austríaco Lombardo-Veneziano.



Desconhecendo as condições do Alti-plano (Asiago) a administração austríaca introduziu o italiano como idoma escolar e adminsitrativo, conduzindo à italianização (em regiões de minorias étnicas).


Muitas famílias de Asiago sofreram grandes perdas patrimoniais com as ações de Napoleão.

Destas famílias, várias se mudaram então para a região de Cansiglio, Treviso.

Cansiglio é na região de onde vieram Cheberle ao Brasil.

Como em qualquer família, parte mantem as tradições ou permanece nas terras de seus antepassados, e outros se espalham.

Embora no Asiago o tempo parece que parou, os que de lá sairam e se espalharam tendem a perder o uso do idioma Zimbrisch.

Alem das referências ao nome Cheberle, em Asiago, encontrei o do Paroco Giuseppe Cheberle, Paroquia del Carmine em Pádua, onde nasceu. E, um Café em Veneza, de Girolamo Cheberle. (Diocese de Pádua compreendia as Províncias de Padova, Belluno, Treviso, Venezia e Vicenza.)

O Cimbrio (Zimbrisch) é o mais antigo dialeto alemão ainda existente.

No processo de italianização, pelo qual os sobrenomes foram adaptados (lembrando que havia nomes já grafados na forma latina, vindos da Alemanha – devido ao uso do latim no Sacro Império Romano Germanico) acrescentar um “C” seria tão factível quanto erraram aqui no Brasil incluindo um “r” no sobrenome conforme o relato acima colocado.

Deve ser levado em conta que no italiano não há “h” pronunciado.

Exemplo de mudanças nas grafias de sobrenomes é o da já mencionada família Rodegieri, advindo de Rodeger (alemão).

O Zimbrisch é quase uma língua em si. Tem esta classificação, com as variedades indicadas:








Há cursos disponíveis, como este básico, que nos dão uma idéia do Zimbrisch.

E algumas dicas para turistas, como som de “ch”.
Tambem neste link.

No Brasil, houve entre os imigrantes alguns que falavam o Cimbro.

É ocaso de moradores de Antonio Prado, RS como pode ser visto neste estudo.

Interessante observar os mapas: 7 Comuni ( Vicenza), 13 Comuni (Verona), várias regiões

cimbri, cansiglio, San Biagio de Callalta, proximidade S.B.Callalta de Fregona (Cimbri),

outro belezas de Fregona.

Curiosidades:
Freqüência do sobrenome Cheberle, na Itália (raro, experimente Rossi!)

Hoje, nas montanhas são praticados esportes, em lindíssimas paisagens.
Exemplo: Ecomaratona dei Cimbri

Veja continuação em Cheberle-2 (Bottacin).

E ainda, complemento.

Espero que, alem do que aprendi, possam minhas pesquisas serem de proveito aos Cheberle, em suas buscas.

sábado, 18 de junho de 2011

Eberle

Eberle é mais frequente e conhecido do que Heberle, e ao indicarmos que o nosso sobrenome inicia com "H", volta e meia surge a pergunta sobre se há alguma relação entre os dois.

Até onde sei, chegaram ao Brasil, Heberle alemães em 1829 (São Leopoldo, RS), Eberle tambem alemães em torno de 1858 (Juiz de Fora, MG) e ainda Eberle italianos em 1884 (Caxias do Sul, RS).

Para entender melhor, é interessante rever o que já vimos sobre a origem do sobrenome Heberle nos links 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Numa destas postagens já vimos que Eberle, é muito mais comum na Alemanha, do que outras variações do mesmo grupo de sobrenomes. E há um significado em alemão para Eberle (para o qual no entanto há alternativos) conforme veremos adiante.

Vejamos por partes, para ao final concluir que talvez a origem remota destes sobrenomes seja a mesma, e que houve apenas variações conforme os locais, idiomas e épocas. Isto não significa necessariamente consanguinidade.

1 - Eberle, na Itália.

Consta, como se vê seguindo o link acima, que Giuseppe Giacomo Eberle e sua esposa, vieram da Provîncia de Vicenza, no norte da Itália - da Comune de Schio, para Caxias do Sul.

Este fato é sugestivo, porque na região muitos sobrenomes tem origem alemã. Alem disto, como já vimos, Eberle há bastante na Alemanha. Também o significado comumente atribuido provem de palavra alemã.

Num folheto de informações turísticas da “Comune de Schio” há alguns detalhes relevantes em nossas considerações.

Lemos que a parte norte da Comune é a mais acidentada, chamada Tretto. Esta palavra deriva do Bávaro “trei”, caminho (trilha). Realçam no folheto para esta região várias atrações, como mountain bike, culinária, antigas instalações mineradoras.

Consta ainda que em torno do ano mil, houve maciça imigração de alemães para a mineração. Entre 1440 a e1600 já havia 111 minas (prata, cobre, ferro, chumbo, caulim para porcelana). Sobre travessia nos Alpes, veja sobre Via Claudia Augusta.

Alem disto, vale relembrar o que já vimos sobre a história do Trentino, e colonizações alemãs no Tirol, sendo que grande parte passou à Italia no seculo XIX. (com renomeações de localidades)Comentamos isto quando tratamos sobre uma localidade na região que se chamava Ruschel, e passou a ser Roschel tambem ambos sobrenomes existentes tanto na Alemanha quanto no Brasil.

Permanecem ainda ilhas linguisticas de dialetos advindos da colonização alemã, como por exemplo ao norte de Vicenza. Colonização fundada cerca ano 1100. “Sieben Gemeinden, Sette Comuni. Ostoberitalien, Prov. de Vicenza.

As sete comunas de colonização alemã ficam no Asiago. Constituíam uma Federação Autônoma, até as invasões de Napoleão c. 1807. Vicenza chamavam Wiesenthein. Lá ainda se fala um dialeto alemão, Zimberisch ou cimbri.

Observe no mapa como é próximo Asiago (bem ao norte), de Schio (na mesma rota) onde fica Monte Magre (terra natal também de Abramo Eberle). Consta que o dialeto Zimbrisch ou cimbri
tambem chegou à Schio, veja sob "diffusione".

Chama atenção tambem a existencia de hotel Eberle, na cidade de Bolzano, no Trentino. Isto é, numa das partes do Tirol.

Apenas como outro exemplo, temos este Eberle de nome alemão, nascido no Tirol - Eberle, Johann Ulrich, Born in Vils (Tyrol), 1699.

Forte indício de que se trata tudo de um mesmo sobrenome - variando apenas conforme as circunstâncias do momento relativas a idiomas - é o como se auto denominava um fabricante de violinos:

Marcações em violinos fabricados em Napoli por Thomaso Eberle (do Tirol)

Thomas Eberle fecit Neap. 1775.
Tomaso Eberle fecit Nap. 1774
Thomas Heberl Fecit Neap. 1780

Na fonte destas informações consta que se tratava dum fabricante de violinos de nome alemão italianizado.

2 - Significado de Eberle.

Fazendo buscas encontra-se que Eberle é uma variante de Eberlein (alemão antigo) e o significado é “javali pequeno”.

Seria um diminutivo de Eber, javali.

Ou, como patronimico, derivado de Eberhardt o qual significa "forte que nem um javali".

Mas há ressalvas, como veremos.

Curiosidade em torno disto é que uma vinícola Eberle na Califórnia, Estados Unidos, adotou o javali como símbolo. E o javali em bronze na entrada, gera uma pequena receita que destinam a causas beneficientes. São as moedas deixadas por aqueles que os passam no focinho do javali, "para dar sorte".



Uma variante surgida a partir do século XVI, que tambem teria o significado derivado de "Everard" com os componentes "eber" e "hard" equivalendo a "forte como um javali" é o sobrenome Eble, conforme este texto.


3 - Significados alternativos.

Em relação a "eber", surgiu uma teoria elaborada pelo linguista Theo Vennemann, segunda a qual muitas denominações de lugares tem as raizes iber, eber, significando rios, vales ou desembocadura. Seriam provenientes do idioma Vaskonisch, anterior ao indo-europeu. Os lugares teriam sido denominados pelos que chegaram antes. Após, apenas modificados eventualmente.


Cita como exemplo dum erro de interpretação o brasão da cidade Ebersberg, na Alemanha, em artigo lá mesmo publicado. Nada teria a ver com javali.
Um dos argumentos entre vários, é que já entre a França e Alemanha, javali não tem nenhuma raiz em comum nas palavras:


Em alemão é Eber, no Frances é sanglier. São significados atuais. Já eber, iber, iver, etc. é comum em toda Europa na denominação de lugares indicando rios, vales, estuários – com significado bem mais antigo e genérico de Eber.

















Conclusão



Pelo visto, é razoável admitir a origem toponímica em comum dos sobrenomes que incluem Eberle e Heberle.


Heverle é um lugar que em torno do ano 1.000 já se denominava como continua hoje


Eberle talvez tenha menos a ver com javali do que com o lugar Heverle.
Uma referência a sobrenomes equivalentes, tambem encontramos, siga o link.


Já na denominação do lugar chamado Heverle, cabem as duas teorias, tanto pode significar a ocorrência de javalis, ou ainda lugar da criação de cabras, quanto simplesmente se referir ao vale do rio Dyjle.


A partir do século XI a Europa se recupera, afastados os Vickings, e o forte crescimento populacional gera novas colonizações e migrações.


Assim, muitos dos que vinham “de Heverle” se espalharam pelos territórios que corresponderam ao Sacro Império Romano Germânico


A grafia muitas vezes correspondia ao que se ouvia. Registros oficiais de nomes são relativamente recentes.



Experimente ouvir no tradutor google, a palavra heberle no alemão e latim, no italiano e ainda portugues.


As variações e formas alternadamente germânicas ou latinas, são compreensíveis pelo que já vimos nas postagens cujos links estão indicados acima, sob números de 1 a 7, havendo tambem referencia à equivalencia de Heberle e Eberle.


Inclusive e fundamentalmente de como o “v” equivale a “b”, conforme os idiomas ou dialeto.


Acrescentando: Sugiro a leitura dos comentários sobre a história das colonizações, como a Setti Comuni, em outra postagem.


Curiosidade: Frequência do sobrenome na Itália.


(Para comparar insira Rossi)
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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Heberlê e Ebli

Genealogia é um quebra-cabeça cujas peças vão se encaixando aos poucos, em geral com a contribuição de várias pessoas e busca de informações em diversas fontes, intercâmbios e paulatinas atualizações.

Veja este histórico, por exemplo. Falava-se da região, e hoje já podemos indicar o lugar, no caso Berus. Tambem não se sabia o paradeiro do segundo filho do casal de imigrantes Heberle, nascido na Alemanha, o Nikolaus Anton.

Encontrei, durante minhas pesquisas sobre os Heberle do sul do Rio Grande do Sul, dados coletados por Christine Schwarzbold.

Estes dados podemos encontrar nas planilhas (Brazil Spreadsheet) de Greg Heberle.

Consta o casamento deste Nicolaus em Alegrete, RS (1850) tendo ele vários filhos. Este fato também é importante, como subsidio no esclarecimento das origens dos Heberlê, em São Gabriel.
Outro fato notório é que ficamos sabendo de haver mais um filho do casal imigrante, já no Brasil alem de outros, de nome João Heberle, nascido em 01 de março de 1836, registrado em São Leopoldo (vasto município na época).

Batizado 19/05/1836 e nascido em 01/03/1836, livro 1 de batismo de São Leopoldo folha 163, filho do Johannes Heberle e Joana Kunzler, conforme Gilson Justino da Rosa (in RS-Gen).

Continuamos porem com a intrigante pergunta sobre qual seria a origem dos Ebli e Heberlê, em São Gabriel (RS).

Aqui entram valiosas informações obtidas do historiador Osório Santana Figueiredo, autor de vários livros. Leia a sua biografia.


Há dados interessantes, tanto da tradição oral quanto de registros oficiais, que ao final nos dão suficientes razões para concluir que somos todos parentes, inclusive o próprio historiador que pesquisou sobre esta família, sendo bisneto de uma das filhas de João Heberlê.

Releia o que escrevi em postagem anterior.

Alguns destaques do que ele escreveu na sua atenciosa carta:

· Que copiou na íntegra sobre o casamento (Diocese de Bagé) “João Ebli Filho e Diolinda Leite de Medeiros. Ele filho de João Ebli e Elisa Jananet, naturais de São Leopoldo, com 27 anos de idade e Diolinda com 20 anos”

· Em outro cartório, sobre o falecimento de Diolinda: “Diolinda Leite Heberlê, esposa de João Heberlê, faleceu a 27 de setembro de 1904, deixando os seguintes filhos: [....]”

· E sobre o falecimento de João, num outro cartório “João Heberlê, faleceu a 7 de maio de 1920, às 10hs da manhã, no lugar denominado de Rincão Santo Antonio (hoje Passo do Ivo), com 80 anos de idade”.

Mais, “Procurei saber sentre meus velhos parentes a razão que João Heberlê veio parar no município de São Gabriel. Eles explicavam o seguinte: Que João Heberlê veio dar por estas bandas, quando guri, acompanhando uma família Falcão, estancieira, muito rica, dona da Estância Santo Izidro. Por ali criou-se, fez-se moço e veio a casar com Diolinda, que começou numa brincadeira porque o “alemãozinho” falava muito errado. Por exemplo, não dizia milho, dizia mio, não dizia família, dizia famia. E ela o debochava e esse deboche de em casamento..” (destaque meu)

Considerando que:

a) João Heberlê, consta como natural de São Leopoldo;

b) Jeanne, diminutivo Jeannette é o correspondente de Johanna no alemão, e conforme já comentamos, Berus fica na divisa com a França. Saarland, onde fica Berus, pertenceu à França e à Alemanha em períodos alternados;(Exemplo renomeação)

c) O nascimento de um João Heberle, filho mais novo do casal de imigrantes Johann e Joana foi registrado em São Leopoldo, como já mencionamos acima;

d) As datas de nascimento, casamento e falecimento são as registradas, já outros dados são os que foram declarados, como a idade e até os nomes no caso de registro religioso como o casamento de João Ebli. Neste caso é relevante a dificuldade dele em falar a língua portuguesa;

e) A tradição oral descrita pelo historiador como visto acima, se coaduna com os fatos e ganha mais vigor ainda porque entre São Leopoldo e Alegrete, São Gabriel fica no caminho.
(Veja neste mapa de municípios em 1850)

Ora, para Alegrete seguiu o irmão mais velho, Nicolaus, junto com o amigo Mallmann.

É presumível que eles tenham deixado o “guri” (teria em torno de 14 anos então) com a rica família estancieira.

Podemos concluir que somos todos descendentes do casal de imigrantes Johann Heberle e Joana Kunzler.

Sobre o acento em Heberlê, veja comentário.

Veja tambem um complemento, Heberle em Alegrete.

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Encontro Família Heberle



(Clique na foto para ampliar)


O primeiro encontro da Família Heberle ocorreu em 30 de setembro de 2007, no interior do município de Itapiranga, SC - antiga colonização chamada Porto Novo, aberta em 1926.


Os idealizadores e organizadores deste Encontro escolheram esta data, em comemoração aos 80 anos da chegada de Antonio A. Heberle, como um dos primeiros a desbravarem as terras desta colonização, cujo município atual faz divisa com a Argentina.

Antonio A. Heberle, era o primogenito entre os filhos de Pedro Adolfo Heberle, de Estrela, RS e coube ao filho mais novo, na época o único ainda em vida, Arno Heberle e a esposa Norma Ruschel Heberle (no centro da foto, e agora já falecidos), descerrrarem placa comemorativa deste pioneirismo e do Encontro. A placa foi colocada no lugar onde Antonio Alfredo havia erguido sua primeira cabana na floresta.


Sem maiores pretensões quanto à amplitude do Encontro por parte dos organizadores na época, este Encontro no entanto pode ser considerado como "Primeiro Encontro Sulamericano da Família Heberle", considerando-se a presença de familiares de várias cidades do Brasil, e tambem uma caravana da Argentina.

Estes Encontros são de difícil execução, mas quem sabe possa ser realizado um "Segundo Encontro Sulamericano da Família Heberle", confraternizando os vários ramos no Brasil, mais os que já se encontram no Uruguai, Paraguai e Argentina.


domingo, 29 de maio de 2011

Heberle, pronúncia e grafia, adendo.

Já comentamos sobre variações e alterações na escrita do sobrenome Heberle, e que este é mais comum na Alemanha.

Com as facilidades da internet, nos deparamos facilmente com, por exemplo, o mesmo Heberle grafado na França como Héberlé, e tambem Heberlé.

Aos que aprenderam somente o português, alem de parecer estranho, induz a pensar que a pronúncia é aberta. Pelo contrário, é fechada nas duas vogais acentuadas.

“Em francês os acentos não servem para indicar a sílaba tônica como em português, pois todas as palavras francesas são oxítonas. Eles apenas mudam (mas nem sempre) o timbre das vogais. O acento grave indica vogal aberta, e o agudo vogal fechada (o contrário do português). [...]”.

Interessante e esclarecedor ler esta explicação, e também esta outra.

Curiosamente, no Frances há palavras com 3 acentos, como “ préféré” cuja pronúncia é “prêfêrê”

E o caso de Heberlê, entre nossos primos de famílias no extremo sul do Brasil? Leia tambem.

Deve ser ùnicamente para indicar vogal oral fechada (pelas regras seria indicar a sílaba tônica, no caso, fechada, o que me parece inadequado no caso).

Mas o primeiro “e” também pronunciamos de forma fechada.

Daí no Frances haver até dois “e” acentuados em Heberle, conforme vimos. Já no português, nos casos de acentuação, não utilizamos mais de um acento numa só palavra. A tendência da leitura em portugues de Heberle, é pronunciar (H)ebérle, ou (H)éberle.

Talvez isto explique a utilização do circunflexo no último “e” em Heberlê, que surgiu apenas no Brasil. Provavelmente decisão de algum oficial do registro civil, na tentativa de adequar o nome à lingua portuguesa. Ao contrário daqueles que registraram a grafia alemã (como é a regra, tratando-se de sobrenomes).

Grosseiramente comparando, a palavra beleza, be-le-za , tambem não é acentuada.
É o caso tambem de Heberle com os tons das tres sílabas quase equivalentes.

Mas em Heberle, a sílaba do meio é um pouco mais fraca do que as demais, que tambem soam mais fechadas, na forma em que nós pronunciamos (sem avaliarmos se há formas certas e/ou erradas). Daí pode ter surgido Eble, Ebli.

Vale relembrar que o casal imigrante Heberle, veio de região que alternadamente foi francesa e alemã. Isto teve reflexos nas formas de se expressarem.

Recentemente constatei que em Lajeado, RS onde há muitos descendentes de Johannes Heberle e Johanna Kunzler, há quem escreva o sobrenome com acento final (ao modo francês): Heberlé. Ainda não sei a partir de quando, e qual o ramo da descendência ou se é caso isolado.

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