quinta-feira, 2 de junho de 2011

Heberlê e Ebli

Genealogia é um quebra-cabeça cujas peças vão se encaixando aos poucos, em geral com a contribuição de várias pessoas e busca de informações em diversas fontes, intercâmbios e paulatinas atualizações.

Veja este histórico, por exemplo. Falava-se da região, e hoje já podemos indicar o lugar, no caso Berus. Tambem não se sabia o paradeiro do segundo filho do casal de imigrantes Heberle, nascido na Alemanha, o Nikolaus Anton.

Encontrei, durante minhas pesquisas sobre os Heberle do sul do Rio Grande do Sul, dados coletados por Christine Schwarzbold.

Estes dados podemos encontrar nas planilhas (Brazil Spreadsheet) de Greg Heberle.

Consta o casamento deste Nicolaus em Alegrete, RS (1850) tendo ele vários filhos. Este fato também é importante, como subsidio no esclarecimento das origens dos Heberlê, em São Gabriel.
Outro fato notório é que ficamos sabendo de haver mais um filho do casal imigrante, já no Brasil alem de outros, de nome João Heberle, nascido em 01 de março de 1836, registrado em São Leopoldo (vasto município na época).

Batizado 19/05/1836 e nascido em 01/03/1836, livro 1 de batismo de São Leopoldo folha 163, filho do Johannes Heberle e Joana Kunzler, conforme Gilson Justino da Rosa (in RS-Gen).

Continuamos porem com a intrigante pergunta sobre qual seria a origem dos Ebli e Heberlê, em São Gabriel (RS).

Aqui entram valiosas informações obtidas do historiador Osório Santana Figueiredo, autor de vários livros. Leia a sua biografia.


Há dados interessantes, tanto da tradição oral quanto de registros oficiais, que ao final nos dão suficientes razões para concluir que somos todos parentes, inclusive o próprio historiador que pesquisou sobre esta família, sendo bisneto de uma das filhas de João Heberlê.

Releia o que escrevi em postagem anterior.

Alguns destaques do que ele escreveu na sua atenciosa carta:

· Que copiou na íntegra sobre o casamento (Diocese de Bagé) “João Ebli Filho e Diolinda Leite de Medeiros. Ele filho de João Ebli e Elisa Jananet, naturais de São Leopoldo, com 27 anos de idade e Diolinda com 20 anos”

· Em outro cartório, sobre o falecimento de Diolinda: “Diolinda Leite Heberlê, esposa de João Heberlê, faleceu a 27 de setembro de 1904, deixando os seguintes filhos: [....]”

· E sobre o falecimento de João, num outro cartório “João Heberlê, faleceu a 7 de maio de 1920, às 10hs da manhã, no lugar denominado de Rincão Santo Antonio (hoje Passo do Ivo), com 80 anos de idade”.

Mais, “Procurei saber sentre meus velhos parentes a razão que João Heberlê veio parar no município de São Gabriel. Eles explicavam o seguinte: Que João Heberlê veio dar por estas bandas, quando guri, acompanhando uma família Falcão, estancieira, muito rica, dona da Estância Santo Izidro. Por ali criou-se, fez-se moço e veio a casar com Diolinda, que começou numa brincadeira porque o “alemãozinho” falava muito errado. Por exemplo, não dizia milho, dizia mio, não dizia família, dizia famia. E ela o debochava e esse deboche de em casamento..” (destaque meu)

Considerando que:

a) João Heberlê, consta como natural de São Leopoldo;

b) Jeanne, diminutivo Jeannette é o correspondente de Johanna no alemão, e conforme já comentamos, Berus fica na divisa com a França. Saarland, onde fica Berus, pertenceu à França e à Alemanha em períodos alternados;(Exemplo renomeação)

c) O nascimento de um João Heberle, filho mais novo do casal de imigrantes Johann e Joana foi registrado em São Leopoldo, como já mencionamos acima;

d) As datas de nascimento, casamento e falecimento são as registradas, já outros dados são os que foram declarados, como a idade e até os nomes no caso de registro religioso como o casamento de João Ebli. Neste caso é relevante a dificuldade dele em falar a língua portuguesa;

e) A tradição oral descrita pelo historiador como visto acima, se coaduna com os fatos e ganha mais vigor ainda porque entre São Leopoldo e Alegrete, São Gabriel fica no caminho.
(Veja neste mapa de municípios em 1850)

Ora, para Alegrete seguiu o irmão mais velho, Nicolaus, junto com o amigo Mallmann.

É presumível que eles tenham deixado o “guri” (teria em torno de 14 anos então) com a rica família estancieira.

Podemos concluir que somos todos descendentes do casal de imigrantes Johann Heberle e Joana Kunzler.

Sobre o acento em Heberlê, veja comentário.

Veja tambem um complemento, Heberle em Alegrete.

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